segunda-feira, 30 de junho de 2008

Aplausos na medida certa.

A revista Veja!, em sua última edição paulistana, finalmente voltou a merecer aplausos. Ela se recusou a colocar Paulo Maluf em sua capa, como fez com os outros candidatos a prefeito de São Paulo. Motivo? Maluf não teria os requisitos, tampouco o histórico, necessários para exercer o cargo.

Veja! é hoje a mais venal revista política do país. Provavelmente atingiu o fundo do poço na deturpada biografia sobre Che Guevara. Mas Veja! desta vez teve arrojo e precisão, sobretudo pelo confuso momento vivido entre imprensa e justiça eleitoral. Qualidades de quem já publicou edições históricas, como o “dossiê tortura”, em plena ditadura; e a famosa entrevista com Pedro Collor.

Veja! continua indigesta, quase intragável. Mas acertou em cheio: um atávico lapso de lucidez, de um semanário outrora indispensável.

(A propósito, não li nenhum daquelas "edições históricas" supracitadas)

quarta-feira, 26 de março de 2008

TSE proíbe campanha on-line

Algo de gravíssimo acaba de acontecer e afetará brutalmente a condução das eleições municipais brasileiras, no fim do ano. Está na resolução 22.718 do Tribunal Superior Eleitoral, no artigo 18, que trata das restrições à campanha online: ‘A propaganda eleitoral na Internet somente será permitida na página do candidato destinada exclusivamente à campanha eleitoral.’

O TSE acaba de proibir toda comunicação política eleitoral via YouTube, Orkut, Twitter. É possível que, dependendo da interpretação que se dê à resolução, um cidadão – qualquer cidadão – se veja proibido de manifestar suas opiniões políticas em seus blogs pessoais com banners. É como proibir o sujeito de vestir a camisa de seu candidato ou pendurar um button na lapela.

No momento em que campanhas eleitorais em todo o mundo aumentam seu escopo, atingem públicos que jamais atingiram, levam os mais jovens às urnas em massa, o TSE joga o Brasil repentinamente na Idade da Prensa de Gutenberg.

O pior, certamente, é que não houve má fé. Houve incompreensão. Aos 63 anos, é bem possível que o ministro relator Ari Pargendler não saiba distinguir um YouTube dum Yahoo!; um Orkut dum BitTorrent. Sua boa intenção é evidente: quis proibir o spam.

Mas, ao tentar impedir o abuso, inviabilizou qualquer campanha eleitoral que sirva para agregar a população em seu direito pleno de se informar, se relacionar, se organizar politicamente, trocar idéias para então escolher. Ao confundir um perfil no Orkut ou um canal no Twitter com um galhardete que suja a cidade ou mensagens mil que entopem a caixa de email, o ministro proibiu que os candidatos circulem nas ruas da Internet e se manifestem em busca de seus eleitores da mesma forma que fazem nas ruas das cidades, pessoalmente.

No Brasil de 2008, Barack Obama e Hillary Clinton não poderiam fazer a belíssima, disputada e plenamente democrática campanha que fazem e a blogosfera política norte-americana, partidarizada como é, sustentada com propaganda eleitoral, não poderia agir e organizar eleitores.

via Blog do Sergio Amadeu (blog Pedro Doria)

terça-feira, 18 de março de 2008

Defendendo o Gerúndio

Que raiva toda é esta que cai sobre o gerúndio? Que mal faz ele à nossa língua, e, principalmente, por que todos os manuais de jornalismo explicitam: “Gerúndio, nunca. E nunca significa nunca”. Armando Nogueira dizia assim, “o desespero é que o meu nome é um gerúndio...Armando !”. Coitado dele. Tem de conviver com esta infâmia, esta mancha encardida em seu nome.

Intrigado com esta perseguição, perguntei a Deus (Google): “O que há de errado com o gerúndio?”. Deus me iluminou com alguns milhares de resultados.

Aparentemente, a culpa é do telemarketing (sempre o telemarketing...). E, de fato, senti arrepios quando li: (leia com o nariz tapado, por favor. O efeito será devastador)
"Vou estar transmitindo o recado ao doutor fulano";
"Vamos estar remetendo uma segunda via do documento pelo correio";
"Vamos estar encaminhando o seu caso à nossa gerência administrativa";
"A gerência vai estar estudando o seu caso";
''Um minuto, que eu vou estar transferindo a ligação".

Bem, neste caso, concordo. O gerúndio é uma tradução mal feita do inglês “ing”. I will be sending, You will be comming... Mas nem sempre será desta forma.

Por exemplo: em português lusitano, diz-se: “Óh, gajo, eu estou a fazer o que me pede.” Ao contrário, no gerúndio dizemos: E aí, mermão, eu estou fazendo essa parada aí.

É verdade que o vocabulário e o coloquialismo destes nossos personagens são bastante exagerados. Entretanto, estamos vendo (estamos a ver) um exemplo claro de um gerúndio inofensivo. Ele não machuca os ouvidos, não morde e não é um empréstimo mal feito da língua inglesa. Muito pelo contrário, ele é uma modificação natural do português brasileiro que o difere de seu parente europeu.

Portanto, Armando, não se sinta mal. Os manuais de jornalismo é que são muito intransigentes.

segunda-feira, 17 de março de 2008

A arte de Dirigir pelas ruas do Rio de Janeiro

Já houve um tempo em que os cariocas podiam se gabar dos paulistas por causa dos engarrafamentos intermináveis da megalópole. Hoje, porém, podemos nos compadecer de nossos vizinhos, sentar e chorar ao seu lado, pois já estamos no mesmo barco. O termo caótico, inclusive, não é mais suficiente. Precisamos de algo novo. Trânsito caótico tínhamos há cinco anos atrás, agora nem mais sei o que temos; não sei nem se podemos chamá-lo mais de trânsito. Quem fica parado não está transitando. Esta parado e ponto.

Lembro do Casseta&Planeta, que numa prova de humor indiscutível, abordava motoristas engarrafados: “Você já pagou o IPTU do seu carro?” E o motorista, perplexo, perguntava: “IPTU? Você quis dizer IPVA”. “Não”, respondia Hélio de la Pena, “Seu carro é imóvel. Agora paga IPTU”.

Eu sei, eu sei. Não é tão bom assim, mas na hora eu morri de rir.

Bom mesmo foi o Seinfeld, que comparou a procura por uma vaga em Nova York com um jogo de Dança das Cadeiras, mas que todos já haviam “sentado” na década de 80.

Sempre que passo por Copacabana me lembro desta piada. Capacabana, por sinal, que abriga a Rua Nossa Senhora que Engarrafamento! Outro clássico...

quinta-feira, 13 de março de 2008

'Garoto magnético' trava computadores de escola dos EUA

Um estudante de 12 anos da cidade de Richland, no Estado de Nova York, consegue travar os computadores de sua escola, aparentemente devido ao excesso de eletricidade estática em seu corpo.

Muitos fatores podem desencadear este tipo de problema e gerar as variações na eletricidade estática: o tipo de roupa que as pessoas usam, se usam calçados com solas isolantes, se esfregam os pés no tapete, ou se realizam alguma atividade que envolva muita fricção.

A professora então colocou um forro embaixo do computador que funcionava como um fio-terra e também colocou uma pulseira antiestática no braço direito de Falciatano.

Sempre ouvi dizer que fazia crescer pelo nas mãos, mas eletricidade estática é novidade.

Perfís eleitoreiros

BRASIL:

Li recentemente que quase metade dos presidentes brasileiros ostentavam um belo bigode. O Brasil, no fim, possuiu mais "bigodons" no seu comando do que o México.


EUA:

100% de todos os presidentes norte-americanos foram homens brancos;

38 dos 43 presidentes tinham olhos azuis ou verdes.

Dos cinco com olhos castanhos, dois sofreram processos de impeachment e os outros três não alcançaram um segundo mandato.

Apenas 20% da população norte-americana tem olhos claros. (retirado do blog Pedro Doria)

O que aprendi com "O Guia dos Mochileiros da Galáxia".

Zaphod Beeblebrox, personagem do livro “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, é a mais perfeita descrição do político americano. Playboy, mulherengo e boa vida, Zaphod se tornou presidente da galáxia por que "poderia ser uma coisa legal". Seu trabalho, ao contrário do que toda a população imagina, não se trata de governar, mas de distrair a atenção do povo daqueles que realmente mandam.

Ironia ou não, Eliot Spitzer, governador de Nova Iorque, flagrado com uma prostituta, não é exceção na história de escândalos sexuais na política americana. Antes dele vieram;

Gary Hart, senador pelo Colorado, era o candidato democrata a presidente em 1987 quando desistiu da corrida por ter revelado o relacionamento fora do casamento com a modelo Donna Rice;

Marion Barry, prefeito do distrito de Columbia em 1990 foi encontrado pelo FBI e pela polícia de Washington consumindo cocaína com uma namorada no hotel Vista. Ele ficou seis meses preso e teve de renunciar ao mandato;

Bill Clynton, que em 1998, o então presidente norte-americano assumiu o envolvimento sexual com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky;

Larry Craig, que no ano passado, o senador republicano se viu envolvido com um escândalo gay, em que foi acusado de assediar um policial disfarçado em um banheiro de Minneapolis;

O caso mais clássico é o de John Kennedy, que junto com Jackie Kennedy e Marilyn Moroe protagonizaram as mais marcantes histórias que combinam política, sexo e escândalo na sede do governo mais poderoso do planeta. O presidente era dono de um estilo que marcou época e nem mesmo as revelações das orgias de que participava na Casa Branca foram capazes de comprometer a imagem que construiu aos olhos dos americanos.

Agora, me pergunto. Como será que os políticos brasileiros andam interpretando a frase fodendo com o povo?

segunda-feira, 10 de março de 2008

Romário e sua Ferrari original


Ferrari, taí uma marca que sensibiliza as pessoas. Esse imponente e empinado cavalo sem genitália definitivamente mexe com os brios de meio mundo. O fanatismo é tanto que o indolente cavalinho gerou um comércio informal especialmente para ele.

Na terça-feira passada, agentes da policia federal italiana desbarataram uma quadrilha falsificadora de Ferrari. Foi descoberta uma fábrica com 16 luxuosos e reluzentes modelos genéricos da marca. Ninguém foi preso, todos os responsáveis escaparam (de Ferrari até eu!) e estão foragidos.

Contudo, o mais estarrecedor da história está na clientela. Segundo a polícia, todos os compradores sabiam que adquiriam um produto falsificado. Para eles, o importante era a fachada.

O exibicionismo perdulário levava-os a gastar 50 mil num Pontiac Fiero dos anos 80, ou num Modena F360 da mesma época. Mas, claro, com uma bela mão de tinta vermelha.

No Rio, o único proprietário de Ferrari que conheço se chama Romário. Ele, não à toa, popularizou uma expressão bem sugestiva a esses compradores: “Cavalo Paraguaio não chega ao fim”.

A nova promessa do São Paulo


Após ser aprovado no vestibular, menino gênio de apenas 8 anos desiste do direito e anuncia que quer ser o sucessor de Rogério Ceni.

- Eu quero ser goleiro do São Paulo e falo sério – diz o menino, que ao ser aprovado no exame disse que gostaria de ser juiz de Direito.

João Victor, que é são-paulino fanático, garante que está pronto para assumir a missão.

- Os treinos eu já faço em casa mesmo, não preciso de escolinha. Tem um amigo meu que chuta bem forte e teve um dia que ele acertou até o meu nariz – conta.

Opá! Cuidado aí Rogério, que o menino tem talento.

Esta notícia foi retirada (e um pouco deturpada) do globo.com. Jornalismo de primeira...

domingo, 9 de março de 2008

Gabeira e o Rio

Na última segunda-feira o quadro eleitoral do Rio sofreu uma reviravolta com o anúncio da pré-candidatura de Fernando Gabeira (PV) à prefeitura. Deputado federal mais votado no Estado em 2006, com 293 mil votos, ele saiu como o nome de consenso da Frente do Rio, que reúne PV, PPS e PSDB. Ex-militante do PT, de onde saiu em 2003 por discordar da atuação do partido no governo, Gabeira quer fazer uma campanha propositiva, sem ser necessariamente de oposição à gestão de Cesar Maia.

Já é possível falar dos pontos da sua campanha?
Claro. Um deles é o crescimento econômico, em parceria com a iniciativa privada, como fazem cidades como Nova Iorque. Todo esse complexo que abrange o porto do Rio e o Centro tem que chegar ao fim do governo recuperado. Outro tema é a segurança. Mesmo a prefeitura não sendo a responsável imediata pela segurança, pretendo estabelecer um comando tripartite com os governos federal e estadual, no qual a nossa participação seria muito mais de produzir informações e inteligência.

A Guarda Municipal não é armada. O senhor pensa em mudar isso?
Não tem projeto definido ainda, estamos discutindo. Houve experiências em cidades como Vitória, mas só depois de um preparo psicotécnico muito severo. Minha preocupação principal é adotar instrumentos de comunicação rápida. Mas o tema está aberto para discussão.

O que significa "produzir informações"?
A cidade tem muitas câmeras que controlam o trânsito e vai ter outras. A prefeitura é uma máquina de informação. Mas há um setor a investir para processar essa informação e escolher o que é importante para a segurança,. Outro trabalho é em áreas de risco. Pode-se atuar pedagogicamente, preparando as pessoas para não serem tão vulneráveis. Nova Iorque tinha uma incidência muito grande de assaltos no metrô e criou uma equipe que preparou os passageiros.

Os três partidos da frente - PV, PPS e PSDB - participaram, em algum momento, dos 12 anos da gestão Cesar Maia. Será oposição ou continuidade?
É uma candidatura com perspectiva de recuperar a cidade e tentar aprender com os erros da administração atual. E que vai, sobretudo, buscar o maior espaço possível para a sociedade. A principal característica é a perspectiva do diálogo.

Mas vai haver uma candidata do governo. Sua candidatura seria de oposição?
Vivemos uma crise profunda no Rio, ser oposição ou governo é secundário. O importante é criar uma base de salvação. Eu posso até fazer oposição, se precisar. Mas num barco à deriva, se ficar todo mundo brigando... Então vou contribuir com todos os candidatos, para que qualquer eleito tenha condições de resolver a parada.

Como serão as relações com o estado e a União?
As mais harmônicas possíveis. Se você conjuga o esforço federal, o estadual e o municipal, tem possibilidade de andar muito mais rápido. Não é possível se recusar a andar mais rápido só porque existe alguma discrepância, política ou temperamental. Tentarei desenvolver o mesmo modelo que hoje é desenvolvido em Minas Gerais entre o PT e o PSDB.

O PSDB tem dois nomes fortes para a Presidência, em 2010. Vai apoiá-los?
Acho que 2010 está muito longe. O que eu gostaria para 2010 é avançar de onde o PT não conseguiu: estabeler relações políticas maduras entre o Parlamento e o Executivo. Temos boa política econômica e boa política social, mas o processo político está deteriorado.

Os candidatos do PSDB encarnam essa estratégia?
Somos todos uma geração que lutou pela democratização e conseguiu grandes avanços. Tanto Aécio quanto Serra podem encarnar. A tese de pessoas que não conseguiram é de que isso não é possível, de que tem de comprar deputado, tem de ser fisiológico para governar.

O senhor trata de grandes temas nacionais. Como convencer o eleitor de que também é preparado para questões locais?
Desde 2004 eu tenho um site chamado Cidade Sustentável e presto assessoria para prefeitos e vereadores. A idéia é procurar experiências que deram certo nas cidades do mundo, estudando e adaptando cada situação. Então há muito tempo eu reflito sobre soluções urbanas.

Quais são os pontos positivos e negativos da gestão do grupo de Cesar Maia?
Houve momentos positivos. Ele prometeu e reconstruiu o Circo Voador, sempre foi muito solícito. Mas parece que abandonou um pouco a cidade e reagiu mal à reclamação da população, pareceu um desrespeito.

Serão quatro candidatos ligados à esquerda. Disputam o mesmo eleitorado?
Não se pode entender o século XXI com as categorias do século passado. Essa oposição entre esquerda e direita não corresponde mais à verdade. Não vejo dificuldades de me relacionar com a chamada direita para resolver problemas. Muitas soluções não dependem de ser de esquerda ou de direita. Saúde, por exemplo.

Seu eleitorado é mais concentrado em áreas elitizadas. O senhor conseguirá entrar em áreas populares?
Perfeitamente. As pessoas hoje têm um conhecimento maior da política. Não existe mais isso de estar condenado a ter votos só na zona sul ou só na zona norte.

Sua defesa de temas polêmicos, como a legalização da maconha, pode interferir na campanha?

Evidentemente meus adversários vão usar isso. Mas eu não posso me preocupar muito com o que meus adversários vão fazer, porque eu tenho muito o que fazer para o Rio. A situação da cidade é grave, a população não quer que os candidatos fiquem perdendo tempo condenando uns aos outros. Existe uma necessidade de mudança. As pessoas sentem que é preciso mudar.

fonte: O DIA

sábado, 8 de março de 2008

Acidente com notebook ultrafino


"Este é o MacBook Air. E as distorções que ele mostra na área à direita da página principal do G1 não vêm de um protetor de tela (ou “screeen saver”): é o resultado de um acidente que danificou a tela do portátil durante a apresentação à imprensa nesta quinta (6).
O notebook estava ligado e, de dentro de um envelope, para destacar suas reduzidas dimensões, transmitia para um telão as imagens da apresentação criada por uma distribuidora brasileira dos produtos Apple. Para exibir os slides, porém, o notebook não poderia ficar fechado (ou entraria em estado de “hibernação”). A solução foi improvisar um apoio colocado entre teclado e tela para manter a máquina ligada, quase fechada, e dentro do envelope - como “manda” a Apple.
O acidente aconteceu quando a máquina foi retirada do envelope. A força aplicada no notebook fez sanduíche do apoio improvisado e a pressão congelou, permanentemente, a região da tela LCD."
O MacBook Air, notebook ultrafino da Apple anunciado em janeiro, está disponível no Brasil em dois preços: R$ 6.199, pela distribuidora Greenmax, ou R$ 6.499, pela filial brasileira da Apple.
globo.com

sexta-feira, 7 de março de 2008

Cada um paga o seu!

Cada um paga o seu! Cada um paga o seu, gritava o cara do corcel...





Prende que é brasileiro!

Após o incidente com os brasileiros retidos e deportados ao tentarem entrar legalmente na Espanha, a Polícia Federal brasileira agiu de acordo com a reciprocidade estabelecida pelo Itamarati. Deportou um grupo de 7 espanhóis que tentavem entrar no Brasil sem a documentação adequada.

Um caso parecido já havia ganhado a mídia em 2004, quando os EUA iniciaram um procedimento para fotografar e fichar brasileiros que tentavam desembarcar em território americano. O Brasil agiu da mesma forma e passou a tomar as mesmas medidas, fotografando e fichando turistas vindos do EUA. O episódio culminou com uma multa de 36 mil e um americano deportado após ter mostrado o dedo médio na fotografia da PF.

PS: Concordo plenamente com a reciprocidade. Se bem me lembro, o Brasil é o destino de centenas de europeus em busca de turismo sexual e drogas. Eles, que protegem seu próprio quintal, vêm para o Brasil para arranjar prostitutas.

terça-feira, 4 de março de 2008

Colômbia invade, denuncia, mas não prova nada

Um guerrilheiro é morto em território equatoriano pelo exército colombiano. Uma injustificável invasão, por parte da Colômbia, agravada pelo fator bélico e militar envolvido na operação. Isto, por si só, já é grave. Motivo de manchetes.

Por outro lado, a Colômbia diz ter encontrado um computador contendo mensagens de Hugo Chavez sobre uma suposta doação de US$300.000,00 ao grupo narcotraficante (já imagino uma conversa descontraída entre o Presidente da Venezuela e o segundo em comando das Farc pelo MSN, na rede wireless, no meio da floresta). Ninguém viu este tal computador ou sabe qualquer coisa sobre seu conteúdo. Ate agora não passa de uma acusação vazia e perigosa, seja verdadeira ou não.

Para completar, lembremos - sem nenhuma prova concreta - o globo.com estampa no alto de sua página "Equador e Farc estabeleceram 'governo conjunto', denuncia Colômbia".

Será que estou sendo chato? Ou será que esta manchete é simplesmente um estardalhaço tendencioso? Não deveríamos deixar claro para os leitores que não há nenhuma prova, e que uma acusação deste tipo é passível de retaliação? Talvez devêssemos ter "Colômbia acusa Equador e Farc de estabelecerem governo conjunto, mas não apresenta provas", um título muito mais próximo do que de fato está acontecendo.

Apesar disso, não duvido muito que haja uma ligação entre FARC e Venezuela. Mas só poderei estampar na machete algo do tipo quando tiver certeza.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Um título, por favor


É mais ou menos este o argumento que me compele a ser contra estas infrutíferas CPIs...


"O mesmo Congresso que aprovou e instalou 27 Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) ao longo dos últimos cinco anos não foi capaz de votar nenhuma das contas do governo, encaminhadas anualmente ao Legislativo. Não votou sequer as contas de 2002, do último ano do governo Fernando Henrique Cardoso.

O Executivo tem feito sua parte, apresentando a contabilidade regularmente ao Tribunal de Contas da União (TCU). O TCU, por sua vez, também tem enviado, rigorosamente em dia, como manda a Constituição, seu relatório anual. O problema está no Legislativo, que não faz o que lhe cabe. "O Congresso falha enormemente em tudo o que tem a ver com Orçamento e contas públicas", admite o senador tucano Sérgio Guerra (PE), presidente do maior partido de oposição ao governo Lula.

"Tanta demora modifica totalmente o entendimento do Congresso. Cinco anos depois, você tem uma nova realidade econômica, um novo cenário político e outro Congresso, com novos deputados e senadores", lamenta o ministro Ubiratan Aguiar, que foi o autor do parecer sobre as contas governamentais de 2006.
O presidente do Congresso, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), vai discutir esta situação com os líderes partidários na próxima reunião, prevista para amanhã. "Precisamos regularizar o exame das contas em atraso", diz Garibaldi.
Para Sérgio Guerra, o Congresso está "desmontado" e as causas desse desmonte estão no "comprometimento" da Comissão de Orçamento, no excesso de medidas provisórias e no exagerado número de CPIs."

Retirado do Estadão

A enquete de Fidel

Bom, a enquete do Sr. Fidel acabou - assim como seu mandato – e o que ela nos deixou como legado??


Aparentemente, eis que temos um blog frequentado por admiradores do velho comunismo.


Alguma sugestão?

Curiosidades sobre o mundo moderno


Notemos: a pirataria nos livrou de pagar por aqueles discos que queremos, mas nunca tínhamos saco ou dinheiro para comprá-lo.
Nota: Continuamos a reclamar dos altos preços, como justificativa para nossa ilicitude.
Porém: Pagamos R$ 1.000,00 por um ipod.
Com R$ 1.000,00 podemos comprar mais ou menos 30 CD’s

Conclusão: ao invés de pagarmos pela música e destinarmos o dinheiro proveniente da compra para nossos artistas, pagamos pelo espaço para guardar nossas trilhas pirateadas e enriquecemos o Monsier S. Jobs.

Nada contra ipods, eu mesmo tenho um, mas, convenhamos, ter em mente que na realidade em nada economizamos ao piratear música é, no mínimo, perturbador.

domingo, 2 de março de 2008

domingo de sol!

Frase do dia

De Lula para Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente:

"Marina, essa coisa de meio ambiente é igual a um exame de próstata: não dá pra ficar virgem toda vida. Uma hora eles vão ter que enfiar o dedo no cu da gente. Então, companheira, se é pra enfiar, é melhor que enfiem logo.

sábado, 1 de março de 2008

De volta!

Caros desocupados,
Após este período ausente em decorrência de uma semana de trabalho estafante combinada com o retorno às aulas, comprometo-me a voltar com dedicação total ao blog. Por isso, elenco aqui algumas seções que estarão fiel e pontualmente postas para seu deleite:

1. O dia começará incodicionalmente com frase famosa.
2. Toda segunda - lembrem-me - será rememorado algum momento histórico do jornalismo - seja por vídeo, seja por escrito.
3. Traremos, pelo menos uma vez por semana, um vídeo interessante.
4. Continuaremos a acompanhar e a fazer análises absolutamente irrelevantes dos casos mais relevantes do momento.
5. Estabelecer uma programação estável, para fidelizarmos vocês.
6. Aprenderei a mexer nesta porra, assim como o Bruno.
7.Enquanto houver um leitor para votar, permaneceremos com as enquetes.

São nossos sete projetos de campanha. Vote Quimby!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Lula e seu candidato a prefeito do Rio

1. John Kennedy dizia que agressões políticas se perdoam... mas não se esquecem. O PT até o dia de hoje não esqueceu o que ele chamou -injustamente, crê esse Ex-Blog- de manipulação na edição do debate final Collor x Lula. A TV Globo tem sido para a esquerda tradicional, brasileira, sempre, uma espécie de pedra no caminho de seu projeto autoritário. O PT no governo tem feito o que pode para reduzir a força e participação da TVG na audiência. Tem feito o que pode para controlá-la.

2. Quem não se lembra do conselho de audiovisual, ancinav, conselho de jornalismo,etc... Um estudo não divulgado tem mostrado que a generosidade publicitária do governo Lula com a TVG é menor do que se imagina, quando se soma a centimetragem e o tempo de publicidade em outros veículos. A comparação física -e não valorativa- mostra uma perda acentuada de participação da TVG, e do Sistema Globo na publicidade do governo Lula.

3. Ninguém tem duvida das excelentes relações do governo Lula com a IURD, cujo partido, inclusive ocupa a vice-presidência por sugestão do próprio Lula a seu vice. Nos últimos anos próceres da dita esquerda tem encontrado méritos na IURD como alternativa política. Mangabeira Unger, o ex-deputado Luiz Alfredo Salomão, e por aí vai.

4. Recentemente -pego no contrapé- Lula rebateu que no conflito entre a ABI e vários jornais de grande circulação, e a IURD, as ações eram perfeitamente naturais e não afetavam em nada a liberdade de imprensa.

5. O senador Crivella -forte candidato a prefeito do Rio- constrói com habilidade e competência sua candidatura. Fala-se que o deputado estadual Wagner Montes teria sido convencido a não disputar a eleição, já que seu programa é um dos que cruzam a audiência com a TVG e que, por isso mesmo, seu programa estaria recebendo um "upgrade". Como há uma grande intercessão entre ambos, se confirmada essa decisão, o beneficiado seria o senador Crivella.

6. Recentemente o Ministério das Cidades em convenio com o Exército, implementou o programa de melhorias externas nas casas do Morro da Providencia, favela emblemática e fundadora, no Rio. A presença ostensiva do senador Crivella, sua condução do processo e as imagens gravadas, criam um programa eleitoral imbatível. Diria Crivella: - Vou a sua comunidade e vou fazer isso e aquilo. E depois de um breve silencio, imagens do Exército trabalhando no programa Cimento Social do senador -carregando este slogan- vão aparecendo. E então o senador arremata: -Eu garanto. Implicitamente com o Exército respaldando.

7. Nada disso é feito por acaso. A vitória de Crivella -que em breve será claramente o favorito- se ajusta para Lula e o PT a dois objetivos: o controle político da prefeitura do Rio e a fragilização da TVG na cidade onde está a sua sede. Claro e transparente. Quem viver,...verá !

(retirado do Ex-Blog Cesar Maia, mas vale a pena pensar sobre)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Veja processa Luis Nassif

Luis Nassif, em seu blog http://www.projetobr.com.br/blog/5.html, esta promovendo uma “muito bem servida” reportagem sobre a Veja. Não vou tentar descrevê-la, basta clicar no link

O caso é: a Veja, agora, esta processando o Nassif. Mais uma troca de farpas na Blogsfera brasileira.

Mau, muito mau...

Open Thread CPI (e outras questões)

Degladiem-se como quiserem...

Enquete, CPI, WEB 2.0 e Panóptico.

Meu deus, mas que título longo

Para melhor elucidá-lo, vamos por partes

A voz do povo diz “Sim” à CPI. Eu, ao contrário, disse não, junto com mais duas pessoas. Outros foram mais pragmáticos; votaram que "Não importa quem faça, contanto que faça bem". Infelizmente esta é a opção que, com certeza, não ocorrerá

Até aí tudo bem, mas por que raios o título diz WEB. 2.0 e Panóptico? Respondo: porque estes conceitos se misturam muito bem e são importantíssimos na era do “jornalismo virtual".

Um panóptico consiste em uma organização na qual um indivíduo é o centro das atenções, enquanto o resto fica impossibilitado de enxergar uns aos outros. Podemos encontrar exemplos de panópticos em quase todas as situações diárias.

Uma sala de aula na qual todos os alunos estão voltados para o professor e não podem se comunicar entre si; A televisão, pois representa um diálogo no qual somente o apresentador do programa pode falar – o espectador fica quieto e escuta; Uma prisão, pois o guarda vê a todos os prisioneiros, mas os prisioneiros não podem se ver; Um jornal, pelos mesmos motivos anteriores;... e por aí vai.

A internet nasceu da mesma forma. Não havia interatividade. Os sites simplesmente apresentavam informações. O usuário não tinha qualquer controle sobre o diálogo. Surgiu, então, o CONCEITO WEB 2.0. Nela, encaixam-se os Blogs, chats, youtubes, Orkuts, Facebooks e SecondLifes da vida.

Estes novos espaços são definidos por sua interatividade e constante troca de informação, sem que haja um indivíduo específico controlando e restringindo o diálogo. Ou seja, não existe o panóptico, pois todos podem se ver e ouvir mutuamente. Foulcalt não previa isso.

Após esta extensa explanação, sigo com meu raciocínio...Não quero, por meio deste, representar o panóptico, mas sim a WEB 2.0. Portanto levarei a discussão e o debate sobre a CPI (e estão todos convidados) para a página de “comentários”. Quem conhece o Blog do Pedro Dória já deve estar familiarizado com os Open Thread’s constantemente promovidos naquelas terras.

Se me contentasse apenas um expor minhas idéias sobre o tema desta enquete, estaria seguindo um modelo do qual não concordo. Já expus meu voto, mas o por que é um tema mais aberto. Não seria justo apenas falar. Também quero ouvir.

Open Thread’s são o resumo do NÃO-panóptico. Todos falam, todos são ouvidos. Já falei demais. Open Thread CPI e outros temas.

Fim da Enquete

Bom, é chegado o fim esta enquete. Em breve analizaremos os resultados. Stay tunned!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Hollywood: preconceituosa ou premonitória?

Barack Obama é o nome da moda. Sua oratória tem cativado o mundo e a possibilidade de os EUA eleger um presidente negro é visto como um sinal de progresso. Mas – a história mostra – não é o que pensa Hollywood. Vamos às provas.



No filme "O Quinto Elemento", os EUA eram comandados por um afro-americano quando a Terra teve de enfrentar um impiedoso choque contra um meteoro. Um ano depois, em 98, Hollywood reforça sua posição, com a superprodução “Impacto Profundo”. Nela, Morgan Freeman (negão) chefiava a Casa Branca quando mais um desses famigerados meteoros acerta o planeta, provocando um enorme tsunami que engole os EUA.



Já nos dias de hoje, o alvo é David Palmer, presidente americano que se vira para lidar com os incessantes ataques terroristas, no seriado "24 Horas". Seria Hollywood preconceituosa ou premonitória?



Bom, do jeito que as coisas andam... Protagonista maior de um iminente colapso ambiental, ancorado em duas guerras paralelas e em meio a uma fragorosa crise econômica, os EUA (para os mais pessimistas) bem que podem estar perto de uma catástrofe. E – adivinhem!? – devem novamente jogar tudo nas costas do preto. Que sacanagem.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Momento Didático: O que é uma CPI?

Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é uma investigação conduzida pelo Poder Legislativo , que transforma a própria casa parlamentar em comissão para ouvir depoimentos e tomar informações diretamente.

Poderes de Investigação:


  • Quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados (inclusive dados telefônicos);
  • Requisitar informações e documentos sigilosos
  • Ouvir testemunhas, sob pena de condução coercitiva (a recusa ao depoimento acarreta em prisão);
  • Ouvir investigados ou indiciados.
  • Efetuar prisões em caso de flagrante delito. Vale lembrar que, fundamentando-se na "certeza visual do crime", a voz de prisão pode ser exercida por qualquer cidadão;
  • Quebrar sigilo telefônico;
  • Ordenar busca domiciliar.
Entretanto, é jurisprudência pacífica no Supremo Tribunal Federal a possibilidade do investigado ou acusado permanecer em silêncio, evitando-se a auto-incriminação.

De tal garantia decorrem, para a pessoa objeto de investigação, e, até, para testemunha, os seguintes direitos:

a) manter silêncio diante de perguntas cuja resposta possa implicar auto-incriminação;

b) não ser presa em flagrante por exercício dessa prerrogativa constitucional, sob pretexto da prática de crime de desobediência (art. 330 do Código Penal), nem tampouco de falso testemunho (art. 342 do mesmo Código);

c) não ter o silêncio interpretado em seu desfavor.

Ou seja; se o depoente acreditar que suas palavras possam incriminá-lo, ele possui o direito constitucional de manter-se em silêncio, sem que isto possa ser usado contra sua própria pessoa.


Retirado do avô dos burros - Wikipedia.

A CPIdos Cartões

Este texto foi retirado da sessão "Cartas dos Leitores" do jornal O Globo desta quinta feira.

Precisamos crescer como país. Lá vem outra CPI, criada e conduzida por políticos para investigar eles mesmos, como se não soubéssemos do corporativismo que existe nas classes. Isto não é política. É formação de quadrilha. O caso dos cartões corporativos configura crime qualificado no código penal, e um teatrinho montado pelos políticos para dizer que estão apurando alguma coisa. Crime tem que ser tratado como tal. Quem teria que apurar estas condutas ilícitas seria a Polícia Federal, montar o inquérito para informar o Ministério Público, oferece-se a denúncia, processa-se e finalmente, cadeia! Teremos mais três meses de propaganda política na CPI, um querendo aparecer mais do que o outro, para no final tudo acabar em pizza.

O texto não é dos melhores, mas o último parágrafo, principalmente, é uma premonição.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O que McCain, Obama e Hillary pensam para o Brasil

E o que pensa o futuro presidente dos EUA a respeito de Brasil e América Latina? Os trechos foram pescados dos artigos que fizeram publicar na prestigiosa Foreign Affairs, revista do Conselho de Relações Exteriores.

Tanto McCain quanto Obama endereçam frontalmente – e favoravelmente – uma questão cara ao Itamaraty, que é poder no Conselho de Segurança da ONU ou algo semelhante. Quando se referem ao Brasil, não é no contexto ‘América Latina’ – é no contexto poder mundial. Hillary é vaga – e cita o país como estratégico apenas regionalmente.

John McCain:

John Kennedy descrevia os povos da América Latina como ‘nossos amigos mais firmes e antigos, unidos a nós pela história e experiência e pelo objetivo de levar à frente a civilização americana’. Os países do continente são nossos parceiros naturais mas a desatenção dos EUA danificou esta relação. Precisamos melhorar a relação com o México para controlar a imigração ilegal e enfrentar os cartéis de drogas. Outro cuja relação precisa atenção é o Brasil, parceiro cuja liderança perante as forças de paz da ONU no Haiti serve de modelo para o cuidado com a segurança regional. Meu governo vai dar a estas e outras grandes nações da América Latina uma voz forte da Liga das Democracias – uma voz que lhes é negada no Conselho de Segurança da ONU.

Precisamos trabalhar juntos para enfrentar a propaganda de demagogos que ameaçam a segurança e a prosperidade das Américas. Hugo Chávez desmontou a democracia venezuelana ao diminuir a importância do parlamento, do judiciário, da imprensa, dos sindicatos livres e das empresas privadas. Seu regime está comprando equipamento militar avançado. Ele deseja construir um eixo global anti-EUA. Meu governo vai se dedicar a marginalizar tais influências nefastas. Também vai se preparar imediatamente para a transição de Cuba para a democracia ao desenvolver um plano em conjunto com parceiros da região e da Europa engajados num regime pós-Fidel. Queremos mudanças rápidas naquele país que sofre há tanto tempo. Precisamos investir na passagem criada pelo CAFTA – Acordo Centro-Americano de Livre Comércio – ratificando outros acordos de comércio já negociados com Colômbia, Panamá e Peru com o objetivo de completar o processo da ALCA – Área de Livre Comércio das Américas.

Barack Obama:

Precisamos da colaboração das grandes nações para lidar com as grandes questões globais – e isto inclui os poderes emergentes como Brasil, Índia, Nigéria e África do Sul. Precisamos que eles tenham mecanismos para ajudar na manutenção da ordem internacional. Para que isto aconteça, a Organização das Nações Unidas precisa ser reformada. A gerência da Secretaria Geral da ONU é fraca. As operações das tropas de paz vão muito além de sua capacidade real de ação. O novo Conselho de Direitos Humanos da ONU passou oito resoluções condenando Israel – mas nenhuma condenando o genocídio em Darfur ou os abusos dos direitos humanos no Zimbabwe. Nenhum destes problemas será resolvido se os EUA não voltarem a se dedicar à ONU e a sua missão.

Na América Latina, do México à Argentina, falhamos ao enfrentar as questões da imigração, igualdade e crescimento econômico.

Hillary Clinton:

Impondo um risco a nós, o governo Bush foi negligente com nossos vizinhos ao sul. Presenciamos, em parte da América Latina, ao surgimento de obstáculos para o desenvolvimento de democracias e abertura econômica. Devemos tornar a uma política de negociação, questão por demais crítica para que os EUA assistam a tudo impassíveis. Devemos dar apoio às maiores democracias regionais, Brasil e México, e aprofundar nossa relação econômica e estratégica com Argentina e Chile. Precisamos continuar a cooperar com nossos aliados na Colômbia, na América Central e no Caribe para combater as ameaças interconectadas do tráfico de drogas, crimes e insurgências. Por fim, devemos trabalhar com nossos aliados para prover programas de desenvolvimento sustentado e criar oportunidades econômicas que reduzam desigualdade entre os cidadãos da América Latina.


Retirado do blog do Pedro Doria

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Uma pequena correção

Na enquete, o último ítem é "não importa QUEM faça, contanto que faça bem".

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Rio de Janeiro - The City of Splendour



Aos saudosistas de plantão, o Rio em 1936. O filme, resmaterizado e colorido, apresenta-nos o Rio antigo. Um Rio, do alto, tão lindo quanto o de hoje, mas que pela objetiva de James Fitzpatrick revela-se muito mais virtuoso.

A cidade sem a esquizofrênica correria do centro, sem a fétida sujeira nas ruas, rica em opulentas construções imperiais que sucumbiram aos elefantes de cimento verticais. Como diz a música de Alcione, maranhense, "eu quero o Rio Antigo de volta".

Um vídeo para encher de orgulho qualquer carioca, que, a despeito do descaso e da ineficácia política, desperta, mais uma vez, para sua contemplativa cidade.

Eis um Rio calmo, limpo e bem cuidado. A seguir, "O leão ruge e a cidade entra em cena, cheia de encantos mil", como bem marcou Carlos Albuquerque, no lead de sua boa matéria em O Globo.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Fazer CPI ou não, eis a questão.

Apesar de o governo ter tomado à frente na corrida pela CPI para investigar gastos corporativos do governo, deputados de oposição mantêm os esforços favoráveis a um inquérito parlamentar misto sobre o mesmo tema.

O grupo integrado pelos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Raul Jungmann (PPS-PE), Chico Alencar (PSOL-RJ) e Fernando Gabeira (PV-RJ) continua coletando as assinaturas nas duas casas do Congresso.

“Vários partidos políticos estão envolvidos na tarefa de criar uma CPI com 17 senadores e 17 deputados com verdadeira capacidade de investigação”, disse Sampaio nesta quinta-feira (7).

“Não aceitamos uma investigação que não vai levar a nada senão desviar o foco da investigação que é o gasto com cartão corporativo (...) Se o presidente quer investigar, porque não uma CPI mista. Seria como se a base na Câmara dissesse que não tem capacidade de investigar deixando só com o Senado.”, acrescentou.


globo.com

Fazer CPI ou não, eis a questão.

Para entrar no clima da enquete

SÃO PAULO - O presidente do Senado, Garibaldi Alves, disse nesta sexta-feira, 8, que o Senado e a Câmara dos Deputados não podem viver só de CPI. Ele foi questionado pelos jornalistas a respeito das assinaturas que estão sendo colhidas nas duas Casas do Congresso para instalação de comissões parlamentares de inquérito destinadas a investigar os gastos do Executivo com cartões corporativos.

Garibaldi alertou que o Legislativo tem muito mais atividades a desempenhar do que se dedicar apenas a fazer investigações mediante comissões de inquérito. Entre essas funções, ele mencionou a reforma tributária, que considera essencial para modernizar a atividade econômica do País.

"Se a CPI vai ser realizada ou não, vai depender da decisão daqueles que vão assinar o requerimento de instalação, mas quero fazer essa advertência: a Casa precisa não apenas se dedicar à CPI, ou às CPIs, mas se dedicar também a outras tarefas. Afinal de contas, a CPI corre um risco, o risco de que, se ela não for bem sucedida, comprometerá até a credibilidade da instituição", ressaltou.

Estadão

ENQUETE

Bom. Como estava a muito tempo longe deste blog (apesar de acompanhar diariamente as precisas observações do Chico), resolvi voltar calmo, devagar.

Para dar início, proponho uma enquete neste blog que servirá não apenas para o entretenimento e estimular debates, mas também será um termômetro da participação popular do SemSerifa.

A questão é:
Deputados e Senadores devem, ou não, participar/propor CPIs tão assiduamente?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Buy a drink of Coke



De 1971. A Coca tentava parecer mais simpática, deixando sua imagem de bebida aristocrática - para brancos. Então fez o que é considerado "seu melhor comercial". O jingle obteve tanto sucesso que figurou entre as músicas mais pedidas em algumas rádios dos EUA.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

EUA podem intoxicar atmosfera

A notícia não foi plantada por espiões russos, tampouco por Hugo Chávez ou Ahmadinejad. Ela saíu fresquinha da agência AFP. Escorados em funcionário do alto escalão do governo norte-americano, foi divulgado que o Pentágono estaria preocupadíssimo com a iminente queda de um de seus "satélite-espiões".

Previsto para cair nas próximas semanas, a sonda poderia contaminar a atmosfera da Terra, uma vez que ela é composta de hidrazina, um combustível de foguetes cujo cheiro lembra a amônia e é tóxico ao contato direto.

O Pentágono, porém, evitou transparecer desespero, embora tenha confirmado o possível incidente. "O Departamento de Defesa está seguindo atentamente a situação", disse a tenente-coronel Karem Finn à AFP

O informe ficou nisso. A oficial recusou-se a revelar o tipo do satélite e a confirmar seu conteúdo. Os EUA possuem uma vasta rede de sondas de monitoramento , conhecidas como "espiões". Estes têm a capacidade de realizar ataques do espaço com precisão cirúrgica. Contudo, os “satélite-espiões” são tidos como segredos de Estado, e sua finalidade impublicável.

Em sua matéria, a AFP relembra o caso de um satélite-espião soviético, movido a reator nuclear, que caiu numa imensa área desértica no Canadá, em 1978. O episódio não gerou grande repercussão.

Já no caso dos EUA, não sei não. Imaginem se a sonda cai no Irã, ou na Venezuela? Ou se ela realmente é rica em gases tóxicos? Ê, satélite sem sorte, definitivamente não nasceu com a bunda-pra-lua!

Lula sobre Amazônia



Bela metáfora, presidente. Amazônia é como se fosse uma coceira? E com um dedo a menos, fica mais difícil de coçar, né?

Neste caso, parece que para o Brasil, não só falta 1 dedo, como falta pulso firme!

A última balada do cauboi



Beto carreiro não resistiu. Morreu na madrugada desta sexta feira de choque cardiogênico (uma espécie de enfarto), dizem, após assistir a uma cópia (pirata) do filme Brokeback Mountain.

É uma grande perda para a cultura cauboi brasileira, que surgiu com muita força em filmes da Angélica e da Xuxa.

O sucesso do personagem gaúcho, machão, macho mesmo, foi tamanho que seu parque tamático, Beto Carrero World - o maior da américa latina - continua até hoje sendo o principal destino das criancinhas chatas e mimadas.

Perdoem o humor negro.

Acho que vou para o inferno...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Chávez não se cala. Chávez canta.



Depois de "Vermelho", de Fafá de Belém, taí a música predileta de Hugo Chávez. Feita por seus coleguinhas militantes para defendê-lo, Chávez não pára de ouvi-la.

Viva o Socialismo do SécXXI! ahhahaha

Lula gosta de publicidade, de notícia, não

Lula deu mais um piti, ontem, ao conceder uma rápida entrevista coletiva depois de inaugurar as novas instalações da Agência Central dos Correios, em São Paulo. Um jornalista perguntou sobre possíveis irregularidades cometidas por ministros no uso de cartões corporativos. Ele ficou mudo.

Então o jornalista repetiu a pergunta. Lula respondeu: "Não vou discutir isso", e ameaçou abandonar o local. Outro jornalista perguntou sobre a iniciativa do ex-deputado Roberto Jefferson de arrolá-lo como testemunha de defesa no processo do mensalão. Resposta irritada de Lula:

- Eu nem considero isso uma notícia.

Ora, mas claro que é.

Só aceitou responder a perguntas sobre o crescente desmatamento da Amazônia. E por quê? Porque nesse caso ele queria censurar a maneira como o Ministério do Meio Ambiente havia divulgado a notícia. Considerou-a precipitada e errada.

Enquanto isso...

Bem, enquanto isso os quatro aspirantes a candidato do Partido Repúblicano à sucessão de George Bush Jr. respondiam a perguntas embaraçosas durante debate promovido pela rede norte-americana de televisão CNN. Foram interrogados por três implacáveis jornalistas.

Teria sido fácil para Lula responder às perguntas que o incomodaram. Poderia ter dito que se algum ministro abusou do uso do cartão corporativo será obrigado a prestar contas a ele. Poderia ter dito que caberá à Justiça decidir se ele deve ser ouvido como testemunha de Jefferson.

Lula é burro? Não. Falta-lhe experiência para lidar com jornalistas? Pelo contrário. Então por que ele reagiu desse jeito? Porque ele prefere publicidade à notícia, como confessou certa vez. Porque gostaria de poder determinar a pauta da mídia, dizendo-lhe o que publicar e o que esquecer.

Em discursos oficiais, principalmente em solenidades patrocinadas pelos veículos de comunicação, Lula exalta a liberdade de imprensa. Mas se pudesse orientaria a imprensa para aproveitar a liberdade de que desfruta com o objetivo de exaltar suas virtudes - e as do seu governo.

É por isso que se contam nos dedos as entrevistas coletivas dadas por ele desde que foi eleito presidente da República pela primeira vez. E é bom lembrar que o formato dessas entrevistas sempre o favoreceu. Lula gosta da imprensa, sem dúvida - mas para usá-la quando precisa e dispensá-la quando quer

(retirado do Blog do Noblat)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Um Rio estranho aos cariocas

A Folha de SP publicou uma lista com os 200 municípios com mais homicídios do Brasil. E por descuido do repórter ou falha na imprenssão, sei lá, o Rio não constou. A Cidade ficou em 205º lugar, empatado com Curitiba. Curitiba? É.

Pergunto-me qual foi o critério utilizado nesta pesquisa. Só pode ser piada. A Folha deve ter fechado sua filial carioca, depois de um belo assalto. Ou, quem sabe, foi ameaçada de "retaliações" caso listasse o Rio.

Às vezes foi sacanagem mesmo. É, definitivamente foi sacanagem!

Pesquisadores criam vacina contra dependência química


Pesquisadores americanos criam uma vacina que impede a dependência química da cocaína. Ela age no cérebro imunizando-o contra a substância em questão.

Pronto. Agora é que neguinho vai cheirar pra caralho. Por quê? Porque agora não vicia, você pode cheirar o quanto quiser. Oba!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Siga o Raciocínio


A coisa pública é de todos. E, seguindo esta lógica milenar, também não pertence a ninguém. Se a coisa pública é de todos, mas não pertence a ninguém – ficará ali, parada, sem reação e servindo apenas às moscas, qual é o problema em apossar-se destes recursos e utilizá-los para o seu próprio bem?

Quer a resposta? Pergunte a ministra especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, que utilizou seu cartão de crédito corporativo para pagar aluguel de carros, hospedagem em hotéis e resorts, padarias, bares e restaurantes de luxo

Quando se tem nas mãos uma fonte inesgotável de dinheiro, como o cartão corporativo em questão, a única limitação que se pode impor aos gastos de nossos ministros é o valor de sua Ética. No caso da ministra Matilde Ribeiro, sua Ética custou R$461,61, gastos em um free-shop com o dito crédito.

E só para completar. Quando o rebento vaio à tona, ela logo se safou; devolveu o dinheiro e admitiu que errou. Parece uma criança mal criada que fez besteira e, quando descoberta, pede desculpas.

Desprezível: música racista na Bolívia



Grupo de oposição na Bolívia criou esta repugnante música racista. O vídeo dá o tom de como continua a situação política no país.

Cuidado para não se envolverem, porque o ritmo é gostoso ahuah.

Extra! Extra! Ninguém fez o jornal

Um estudo da Universidade de Ball State, no Estado de Indiana, nos Estados Unidos, apontou que 74,5% dos jornalistas com menos de 34 anos estão decididos (31%) ou pensando (43,5%) em deixar a profissão.

Os números da falta de motivação entre os jovens superam a média dos entrevistados: 25,7% dos jornalistas pensam em deixar a profissão, enquanto 36,2% disseram-se em dúvida quanto à carreira.

Entre os motivos da desistência estão os baixos salários, a longa jornada de trabalho e o estresse.

Os jornalistas que deixarão a profissão não vão, necessariamente, abandonar a indústria da mídia, diz a pesquisa. Alguns serão free-lancers, outros pensam no setor de Relações Públicas. Entre outras opções está buscar uma carreira acadêmica e cursar outra área de estudo

(retirado do site comunique-se)

- pra vc Noel

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

FHC sobre Brasil e EUA

O ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso foi o entrevistado especial do programa Canal Livre, da Band, neste domingo. FH foi extremamente amistoso (ou falso) ao falar de Lula, revelando ter carinho pelo oponente político. FH falou muito do Brasil (quase nada de seu governo), e um pouco do mundo. Eis o que disse FH sobre certos assuntos.

LULA

“Lula é um homem de bem, quer o bem do Brasil. Não sabe como fazê-lo, mas sabe manifestar isso”.

"Lula, mesmo tendo sido um operário, não vê o mundo como uma luta de classes. Ele é um negociador social. Ele acha que se juntar várias pessoas de bem numa mesa iremos chegar ao que é certo de se fazer”.

BOLSA FAMÍLIA

“No meu governo já existia Bolsa Escola, entre outras bolsas. Lula juntou todos os projetos em uma só organização, que eu era contra por medo de virar um elemento de força política. E de fato virou. O Bolsa Família é necessário. Tem que primeiro dar de comer a quem não tem. Contudo, tem de ser um caminho transitório. Não se pode criar uma massa permanentemente dependente do governo. Para isso, é preciso investir em educação, criar empregos”.

PT

"O PT, de uns anos para cá, é muito mais Social Democrata do que antes. Ele ideologicamente se aproximou de nós. E por isso fica bem patético não nos unirmos em certos pontos”

BRASIL

"O rumo do Brasil está correto, o ritmo, não".

Eleições dos EUA

“Eu só vi Obama uma vez, numa convenção do Partido Democrata. Ele é impressionante. O estilo dele é surpreendente. Só o fato de ele ser bem-quisto, hoje, é bom para os EUA, para sua democracia”

“Eu duvido que Obama tenha noção de América Latina”.

“Num jantar em Camp David, estávamos Clinton, Hillary, Ruth, eu, e nosso embaixador. Por algum motivo, começamos a discutir sobre África. Quem sabia mais sobre o assunto? Hillary. Extremamente preparada. Me impressonou”.

“Acho Hillary melhor preparada para enfrentar a corrida como candidata”.

BUSH

“O erro maior de Bush foi não entender o que está acontecendo no mundo. Ele quis implantar uma Pax-americana no mundo, quando China e India emergiam. Isso seria impossível hoje. E isso ajudou o Brasil, que tem se aproveitado bem disso”.

CIA, o mundo e o Brasil!

“Jango foi assassinado por um complô entre CIA e Ditadura”. Num primeiro momento, a acusação ricocheteia nos ouvidos e passa sem reflexão. É coisa de comunista ou dessas pessoas aficionadas em teorias conspiratórias, pensamos. E talvez seja.

Contudo, o passado intervencionista da Central Intelligence Agency mais do que a credencia para tal. A instituição norte-americana é culpada confessa em diversos Golpes pelo mundo. Desde sua crição, em 1947, pelo então presidente Harry Truman (REP), nenhum país ficou de fora do espectro beligerante da Agência. Muito menos o Brasil.

O colapsado Iraque aparece como melhor e mais atual exemplo de seus espúrios métodos. Lá, a CIA age desde 1963, quando tacitamente promoveu Golpe Militar, colocando general Abdul Salam Arif no poder. Três anos depois, após uma análise do país, a decisão: hora de patrocinar novo golpe, desta vez pondo o irmão de Abdul, Ahmed Hassan Al-Bakr, no trono.

General posto, general deposto. Al-Bakr, nos anos 70, aproximou-se da União Soviética. E - pasmem! -, foi seu vice, Saddam Hussein, quem assumiu o poder, com todo apoio dos EUA. Tido como “aliado” pela CIA, Saddam foi financiado pela Agência na Guerra Irã-Iraque, entre 80 e 88. Dois anos depois, Saddam já era um atroz terrorista, e arquiinimigo na Guerra do Golfo. Há poucos anos, a CIA alardeou o mundo com “as armas de destruição em massa” do país. Guerra!

Pelo Oriente Médio, a Agência ainda derrubou regimes no Irã, que até bem pouco tempo “enriquecia urânio” , e Afeganistão. A alguns quilômetros, no Vietnã, a Agência noticiou certa vez que dois navios americanos foram alvejados por vietnamitas. Anos depois a nota foi desmentida pelo próprio Secretário de Defesa, McNamara. “Foi um engano”,disse. Mas já era tarde, os EUA amargavam mais uma Guerra.

Na América Latina, articulou e financiou a queda de Salvador Alende, que se suicidou (?!). Guatemala e Nicarágua também foram alvos de suas intervenções. A Fidel, são incontáveis tentativas frustradas de assassinato (grande parte revelada recentemente). Chávez, semana passada, acusou a CIA e a Colômbia de “conspiração bélica” contra Venezuela. A mídia o chama de maluco. A mídia, aliás, foi determinante e legitimadora de todas as incursões anteriores da Agência pelo mundo.

Voltando a CIA. No Brasil, participou cerebralmente do Golpe de 64. E agora surge a notícia de que matou Jango, aumentando também os rumores de que teria assassinado ainda JK e Lacerda. Mas isso é coisa de comunista ou dessas pessoas aficionadas em teorias conspiratórias. Pode ser. Mas pelo sim, pelo não, eu diria que...
(CENSURADO)

domingo, 27 de janeiro de 2008

CIA e Ditadura mataram Jango?!

Preso desde 2003 na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (RS), o ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio Mario Neira Barreiro, 54, disse em entrevista exclusiva à Folha que espionou durante quatro anos o presidente João Goulart (1918-1976), o Jango, e que ele foi morto por envenenamento a pedido do governo brasileiro.

Jango morreu em 6 de dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. Ele governou o Brasil de 1961 até ser deposto por um golpe militar em 31 de março de 1964, quando foi para o exílio. À Folha Barreiro deu detalhes da operação da qual participou e que teria causado a morte de Jango. Segundo o ex-agente, Jango não morreu de ataque cardíaco, mas envenenado, após ter sido vigiado 24 horas por dia de 1973 a 1976.

A operação que levou ao assassinato de Jango, informa o ex-agente, foi executada pela inteligência uruguaia com financiamento e acompanhamento da CIA. O mérito do furo que, se confirmado, é bem mais que histórico, cabe à repórter Siome Iglesias.

Se Jango foi de fato assassinado, volta à tona a hipótese de a Ditadura, que estava iniciando o processo de abertura, ter providenciado a morte dos três grandes líderes da política brasileira do tempo. Além de Goulart, também Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda. A hipótese de triplo assassinato já foi tema de um livro, um quê romanceado, de Carlos Heitor Cony.


(retirado do Blog do Pedro Doria)

sábado, 26 de janeiro de 2008

O Brasil de Darwin!

O Museu Histórico Nacional, admito, é uma merda. Nesta semana, visitei-o para aprender um pouco mais sobre Charles Darwin, curioso que estava para contemplar a didática exposição sobre o cientista – que, a propósito, permanecerá até Abril.

Fui com um grande amigo, paguei R$ 7(meia) e gostei do que vi. Charles Darwin, como esperava, mostrara desde jovem a independência característica daqueles que se destacam, gênios. Por isso, sofrera, fôra mal-compreendido e vez por outra repreendido, ora por seus pais, ora por professores.

A exposição indica um Darwin hiper-dedicado a seus estudos, em que reservou ininterruptamente uma vida de esforços para chegar a Teoria da Evolução das Espécies. Cursou Botânica 4 vezes, as três últimas por despretensioso prazer.

Darwin visitou o Brasil duas vezes, ambas como parte de sua excursão financiada pela coroa inglesa. Veio, maravilhou-se com a beleza do país e decidiu... nunca mais voltar. O cientista, abolicionista convicto, exclamou:“dou graças a Deus e espero nunca mais visitar um país de escravos”. Mas a viagem prosseguiu. Paisagens maravilhosas, animais cativantes e civilização... Ah, civilização. Involução da Espécies. Sobre a sociedade brasileira, Darwin ainda observou que “aqui, qualquer um que tenha dinheiro pode fazer o que bem entender, pois jamais será punido”.

Aviso dado há 150 anos.

Há muito mais sobre Darwin na exposição, lógico. O Museu Histórico Nacional, por sua vez, deixa muito a desejar. Exemplo claro de descaso dos nossos governantes para com a história. Darwin certamente os repudiaria por isso. Portanto, eu, parafraseando o ilustre cientista, dou graças a Deus e espero nunca mais visitar um Museu Nacional tão pobre.

Tráfico responde a Lula!



Lula, em visita ao Rio para comemorar o aniversário de Sérgio Cabral, aproveitou para dar um recado: "Os traficantes do Complexo do Alemão são pessoas não-gratas e terão que sair quando começarem as obras do PAC. Quer queiram, quer não".

A resposta do tráfico veio prontamente e foi divulgada pelo SBT.

Vai sem medo, Lula, - que os menor tão de play!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Etanol: herói ou vilão?!



Documentário feito pelo canal Bloomberg para denunciar as condições precárias em que vivem os cortadores de cana no Brasil. As denuncias são verídicas, conhecidas e deveriam ser mais exploradas pela mídia nacional.

Embora louvável a denúncia, também não passa batido: o etanol brasileiro anda incomodando.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Cadê nosso legado?

Segurança do Pan teve mais verba que Estados - Folha de S. Paulo
De Marcelo Beraba:

Os Jogos Pan-Americanos do Rio consumiram 63% do orçamento do Fundo Nacional de Segurança Pública no ano passado. Foram R$ 418 milhões. Com isso, restaram apenas R$ 250 milhões para os programas estaduais e municipais de prevenção e combate à criminalidade. Foi mais do que em 2006 (R$ 199,7 milhões), mas bem menos do que em 2003 (R$ 315,2 milhões).

Para efeito de comparação, o valor equivale aos novos investimentos feitos com orçamento próprio por apenas duas secretarias de Segurança, as de São Paulo e do Rio, em 2007. Como o governo demorou a aprovar os convênios -os primeiros foram liberados em novembro-, eles só serão implantados de fato em 2008.
(retirado do blog do Noblat)

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A Faceta da Morte!

(clique na imagem para ampliá-la)


Às vezes, uma imagem vale mais que mil palavras. Já uma mentira, pode valer milhares de imagens. Ou vidas.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Momento Sério.

Nas palavras do grande mestre, Machado de Assis;

“A Rua do Ouvidor resume o Rio de Janeiro (...) O rosto da cidade fluminense é esta rua, rosto eloqüente que exprime todos os sentimentos e todas as idéias...”

Amarelada, sépia, a Rua do Ouvidor se estende cortando o centro carioca como uma faca no seio do tempo. Preserva ainda os olhares inquietos dos transeuntes agitados que por lá passam todos os dias. Os coches não mais lá estão; no seu lugar, surgem, intrometidos, os automóveis que se espremem entre pedestres. A rua esta mais agitada, a vida está mais agitada. Machado não previa isto, nem nunca se propôs ao futurismo, mas a exatidão de suas palavras povoa o centro do Rio, assim como outras partes da cidade que estrelam em seus romances.

“- Este gosto de imitar as francesas da rua do ouvidor, dizia-me José Dias... As moças devem andar como sempre andaram, com seu vagar e paciência, e não este tique-taque afrancesado...”

E se Machado de Assis nos visse hoje, andando na Rua do Ouvidor, o que diria? Qual descrição seria de melhor feitio para seus livros? Os ternos caros de executivos? As roupas velhas dos mendigos? O andar triunfante das meninas de hoje, com suas roupas provocativas? Teria Machado tanto amor por esta nova rua? Não mais imitamos os franceses, agora somos cidadãos do mundo. Diversidade de estilos, culturas, andares, e até mesmo franceses, participam desta sinfonia.

Na Rua Uruguaiana, um grupo de curiosos circunda o pregador de palavras fortes, o vendedor de bugingangas. O morro do castelo sobrevive apenas nos textos, a Glória é agora povoada por travestis e prostitutas; O centro do Rio mudou. Na época de Machado, era lugar de ricos, da elite cultural carioca, e, por que não, brasileira. Atualmente, os poucos que sobraram são pobres, muito pobres.

O Bairro do Cosme Velho abriga antiga casa de Machado de Assis. Grande, como não são as casas de hoje, e bela. Muito bela. Por lá, hoje, passeiam babás carregando e crianças, casais, idosos. Como numa chácara antiga, oriunda de um túnel do tempo, que nos leva ao século passado.

“Chilreavam na chácara vizinha à casa do doutor algumas aves afeitas à vida simi-urbana, semi-silvestre que lhes pode oferecer uma chácara nas Laranjeiras.”

Na rua das Laranjeiras passam mais carros do que deveriam. O túnel Rebouças transformou o que era um bairro calmo, tranqüilo, num mar de carros e engarrafamentos. No caminho, o time tricolor sentou sua morada. O fluminense banha-se nas fontes deste bairro histórico.

Copacabana era um lugar ermo e de difícil acesso, onde só se chegava a cavalo. A praia deserta era verde, limpa e quieta.

“Mas tudo cansa, até a solidão. Aires entrou a sentir uma ponta de aborrecimento: bocejava, cochilava, tinha sede de gente viva, estranha, qualquer que fosse, alegre ou triste. Metia-se por bairros estranhos, trepava aos morros, ia as igrejas velhas, às ruas novas, à Copacabana e à Tijuca. O mar ali, aqui o mato e a vista acordavam nele uma infinidade de ecos, que pareciam as próprias vozes antigas.”

A Copacabana de Assis pouco se assemelha aos dias atuais, onde um bairro já velho bebe dos tempos da garota, dos poetas e da bossa nova.

Chegamos, então, ao bairro de Santa Teresa, onde tudo se resume, principalmente com uma descida à Lapa. O bonde elétrico era novidade. Os cocheiros, desempregados, viam a novidade com maus olhos, mas o ar moderno que conferira ao bairro não podia ser ignorado. Estendia-se aos arcos do bairro da Lapa, e ligava-se ao centro da cidade.

Santa Teresa, hoje, é o reduto dos artistas. Segundo eles, o bairro confere às suas obras uma aura secular, bucólica. Nos carnavais, os melhores blocos saem de lá, espremidos em suas pequenas ruelas, sobre os trilhos metálicos do bonde. Botecos, botequins, muitos ainda são os mesmos. O ar de Santa Teresa parece ainda ser o mesmo. No fundo, quando revisamos as páginas de um antigo livro de fotografias, ou quando lemos um livro de Machado de Assis, sob o sol do Rio de Janeiro, as cores sépia destacam-se. Voltamos ao Rio antigo e nostálgico, mas belo como sempre.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Bush e seu intelecto refinado!



Bush, exemplo de sapiência, destreza mental e cultura.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Exemplo de Judeu

Israel faz 60 anos de vida em 2008. A data motivou o correio do país a criar um concurso para definir um desenho com a cara do povo israelense.

E o judeu que virou exemplo é este aqui:



PS: A Guerra não sai do imaginário da região. Ê, Oriente Médio radical.

Mac Air. a novidade da Apple.


O ultrafino laptop da Apple, o Mac Air, lançado na MacWorld deste ano, foi anunciado como o primeiro computador portátil descartável (Globo, Jornal Nacional) do mercado, pois sua bareria é fixada ao aparelho.

Peraí! Descartável? Alguém quer que eu acredite que um bichinho de 1,800 dólares é DESCARTÁVEL??? Se custasse 40 reais, aí sim seria descartável, mas a U$ 1,800, ele só é caro mesmo, e com pouca vida útil.

PS: Um laptop que não lê DVD, nem CD, nem nada! Genial!!!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Deus, quero ver a notinha.


O que vou falar não é novidade, mas tem de ser dito, mesmo que soe redundante. Temos de olhar com muito cuidado para as igrejas protestantes e as doações milionárias que as cercam. Sei que não devo generalizar e que existem, de fato, boas almas neste mundo, mas posso me valer da máxima "quem não deve, não teme". Portanto, àqueles que nada devem, fiquem de consciência limpa, pois este artigo não se refere a vocês.

Se os fiéis, crentes e devotos sentem-se no dever de contribuir, financeiramente, em troca dos benefícios divinos, nada podemos fazer para evitar. No entanto, não se deve misturar filantropia com religião. Doar para Deus não é filantropia, e, no que diz respeito às leis, não deve ser tratado desta forma, assim como uma doação para um partido político também não é benfeitoria; sempre há uma contrapartida. Se o Kaká quer doar seu troféu de melhor do mundo para igreja, mesmo que isto me ofenda como brasileiro, ele está dentro do seu direito. Por outro lado, as possíveis doações do jogador à Igreja Renascer em Cristo, que superariam a casa de 1 milhão de dólares, não podem ser encaradas como um ato de fé, mesmo que sejam. Se mentalidade protestantista exige que se pague a Deus por um sucesso, sorte, habilidade; enfim, um serviço prestado, que, pelo menos, prestem contas também. Queremos ver a nota fiscal deste "pagamento".

Os fiéis que me perdoem, mas todos sabemos que existe muita lavagem de dinheiro por detrás destas doações, e a única forma de conter este abuso é obrigando as igrejas a prestar contas de suas coletas "facultativas". E se a mercantilização de Deus já começou então vamos logo chafurdar nesta sujeira e exigir a notinha fiscal.

O que Will Smith acrescentaria a Einstein!?


O respeitado Albert Einstein, em seu livro “Como vejo o mundo”, escrevera sobre seu repúdio a qualquer tipo de idolatria. “Cada vida encarna a dignidade da pessoa humana, e nenhum destino poderá justificar uma exaltação qualquer de quem quer que seja... Por que os homens me testemunham uma incrível e excessiva admiração e veneração? Não quero e nem mereço nada... Querem compreender as poucas idéias que descobri. Mas a elas consagrei minha vida, uma vida inteira de esforço ininterrupto”.

Einstein não conheceu Will Smith.

Willard Christopher Smith Jr. é a expressão máxima de como deve se portar um ídolo. Deu show de simpatia no Brasil. Quem foi à pré-estréia de “Eu sou a Lenda” e a sua festa no Rio Scenarium entende o motivo de tanta ovação. Will não ignora ninguém. Sempre preparado para fazer uma gracinha, sua alegria parece inesgotável em plenos 39 anos. Aos fãs jamais decepcionará, pois é o mesmo diante ou fora das câmeras.

Não é à toa que hoje é tido como o maior astro de Hollywood e cobra cachê de US$ 20 milhões para estrelar um longa. O filme que veio promover, a propósito, não empolga. A estrela sim é entusiasmante, um verdadeiro astro.

Euforia à parte, concordo com Einstein que nenhuma pessoa é digna de idolatria. Mas ressalvo que certas personalidades devem ser admiradas. Pois bem. Will, referência de uma geração, autor de 16 longas, e gerador de mais US$ 2 bilhões em bilheteria, apresenta-se digno do tamanho que atingiu. O “Rei do Pedaço”.

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A adoção do software livre não traz, contudo, apenas vantagens. Apesar dos custos menores do que aqueles impostos pelos softwares proprietários, os softwares livres carregam custos embutidos: é preciso treinar funcionários para usar os novos programas e – para aproveitar os maiores benefícios dessa modalidade de software – manter uma equipe de programadores que adapte, desenvolva e atualize os programas.

Além disso, uma das principais vantagens do software livre – o fato de ser mais estável e seguro do que o proprietário, já que o grande número de programadores envolvidos em seu desenvolvimento faz com que ele seja testado e corrigido mais vezes – limita-se a programas de uso freqüente. É por isso que a substituição de programas proprietários por livres é mais comum em sistemas operacionais, navegadores, correio eletrônico, bancos de dados e pacotes de escritório.

É verdade que tanto o número de soluções como a qualidade dos programas têm evoluído rapidamente, conforme crescem o número de programadores trabalhando com programas de código aberto e o de instituições que os utilizam. Mesmo assim, as versões livres de programas com número reduzido de usuários ainda não conseguem competir com as proprietárias.

"O governo de São Paulo não tem posição radical em relação a software ", afirma Constantino, do grupo técnico do CQGP. "Se for produzir despesa, é preciso justificar a adoção deste ou daquele programa, sendo ele livre ou proprietário." Mas, segundo ele, há muito espaço para avançar no uso de software livre, já que cerca de 90% dos programas utilizados pelo governo ainda são proprietários.

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Sérgio Amadeu, presidente do ITI, resume os benefícios que os softwares livres têm a oferecer aos governos, separando-os em quatro grandes grupos. A primeira vantagem da adoção desse tipo de programa, afirma, tem alcance macroeconômico: o uso do software livre contribui para um balanço de pagamentos favorável ao Brasil, já que reduz a quantidade de dinheiro enviado ao exterior. Segundo ele, o país pagou a empresas estrangeiras, em 2002, mais de US$ 1 bilhão somente em royalties pelo uso de licenças de software .

O segundo efeito benéfico do software livre, prossegue Amadeu, diz respeito à segurança. Como passam a ter acesso ao código-fonte dos programas adquiridos, os técnicos do governo podem identificar e corrigir falhas de programação e outros problemas.

A terceira conseqüência positiva da adoção de programas livres é que os governos ganham independência em relação a seus fornecedores. Um governo que opte pelo software livre compra, junto com o próprio programa e seu código-fonte, uma licença do tipo GPL (General Public Licence), que dá quatro liberdades a seu detentor: usar o software de acordo com seus interesses; estudar o código-fonte integralmente; alterá-lo como desejar; e redistribuir as alterações feitas – desde que continue permitindo aos outros essas quatro liberdades. "Desta forma, o governo fica completamente dono do produto que licitou", afirma Amadeu.

A quarta vantagem, diz, refere-se à autonomia tecnológica do país, o qual pode deixar de ser mero consumidor de produtos dos países mais ricos e passar a produzir softwares . Atualmente, é forte a participação de brasileiros no desenvolvimento internacional dos principais softwares livres. "Temos inteligência local suficiente para sermos grandes desenvolvedores de tecnologia da informação."

3

A adoção ou migração de softwares proprietários para softwares livres também é um dos principais objetivos do grupo técnico de software do Comitê de Qualidade da Gestão Pública (CQGP) do governo do Estado de São Paulo, cujo parque de máquinas tem mais de 100 mil computadores. Experiências bem-sucedidas de empresas e órgãos do Estado – como o Metrô, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) – levaram a Casa Civil a publicar, no ano passado, a Resolução n. 52, um plano estratégico para uso de software que dá preferência a programas livres.

"Os objetivos são a economia de custos e um melhor conhecimento por parte do governo sobre quais softwares está usando", explica Walter Constantino Jr., do núcleo de governo eletrônico sediado na Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap) e coordenador do grupo técnico de software do CQGP.

Mas as vantagens do software livre não se limitam à redução de gastos. Como os idealizadores do movimento gostam de lembrar, o significado do adjetivo "livre", nesse caso, está mais próximo do de "livre expressão" do que do de "boca livre". Ao adotá-los, os usuários não só economizam dinheiro como também reduzem sua dependência em relação aos desenvolvedores no que diz respeito a atualizações e correção de falhas ( bugs ). Desenvolvidos por empresas e comunidades de programadores voluntários, os softwares livres têm seu código-fonte aberto para análise e aperfeiçoamento. Conectados via Internet, programadores – em um número que seria inviável qualquer empresa reunir – trabalham em programas de uso comum, que cumprem as mesmas tarefas da maioria dos softwares proprietários.

2

Governos regionais e locais em países como Espanha, Alemanha, China, Filipinas, Finlândia, França e Taiwan já adotaram ou estão em vias de adotar soluções livres, como o sistema operacional Linux e o pacote de escritório OpenOffice, em seus computadores. A migração feita em programas utilizados por governos para software livre já ganha contornos suficientes para preocupar gigantes como a Microsoft, que tem reagido fornecendo treinamento gratuito e descontos na aquisição de licenças de seus softwares – uma das pedras no sapato da empresa, aliás, é o Brasil, um dos países que abraçou o movimento com mais convicção, tendo adotado o software livre como política de governo.

O governo federal, por meio do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), financia o desenvolvimento de software livre e coordena a migração dos softwares utilizados por 88 órgãos para funcionarem somente com esse tipo de programa. Pesquisa realizada pelo ITI com quinze desses órgãos indicou que a Embratur e o Ministério da Educação obtiveram economia de R$ 28 milhões em 2004 com licença de software .

Dentre os pioneiros, na administração pública nacional, estão estados como o Rio Grande do Sul, que é sede do Fórum Internacional de Software Livre, já na sua sexta edição, e prefeituras como a de Rio das Ostras (RJ), que através do seu projeto "Público e Livre" coordena a migração para Linux e OpenOffice dos programas utilizados em computadores da prefeitura, com economia de R$ 422 mil, em 2001 e 2002.

A adesão do governo ao SL (software livre)

Festejada como uma das grandes aliadas da desburocratização, a informatização dos serviços públicos traz como benefícios, aos servidores e à população, maior rapidez no processamento de dados, integração entre diferentes setores da administração e melhor comunicação interna e com a sociedade civil. É fácil esquecer, contudo, que, para informatizar seus serviços, um governo não precisa apenas comprar computadores: tem de contratar especialistas em tecnologia da informação e da comunicação, treinar funcionários e, principalmente, comprar programas – sistemas operacionais e softwares . No caso dos programas, que requerem o maior quinhão das despesas com informatização, é preciso também pagar royalties a seus desenvolvedores, na forma de uma "licença de uso" anual. A correção de erros de programação e a atualização dos programas ficam a critério exclusivo do fabricante.

Quando um movimento mundial de programadores decidiu desenvolver sistemas operacionais e softwares e não exigir o pagamento de royalties , muitos administradores públicos viram sentido em testar suas possibilidades. Diferentemente dos fornecedores dos softwares proprietários, os desenvolvedores dos chamados " softwares livres" permitem que se faça um número ilimitado de cópias e diferentes versões do programa original, adaptadas para as necessidades específicas do usuário.