
James Lovelock é um dos cientistas mais renomados do século passado. Autor da Teoria de Gaia*e respeitado defensor das causas ambientais, recentemente contemplou a revista Rolling Stones com uma maravilhosa matéria de cinco páginas. Lovelock foi catastrófico. Para ele, já são irreversíveis as conseqüências decorrente das mudanças climáticas.
Como Stephen Hawking, Lovelock tornou-se popular pela maneira clara como expõe seu conhecimento. Rei das metáforas, afirmou para Jeff Goodell (o repórter) que a humanidade “parece estar num transatlântico, navegando, feliz e tranqüila, pelas Cataratas do Niágara – sem saber que o motor entrou em pane”.
Lovelock pode ser exagerado ou alarmista. Porém, seria imprudente e descabido ignorar e não refletir sobre as afirmações de quem passou a vida surpreendendo o mundo com suas teorias e invenções.
Nosso popular cientista pede uma mudança abrupta e radical dos saberes e do comportamento humano. Com 88 anos – e nada senil – mora numa casa no sudoeste da Inglaterra, mas continua escrevendo livros, como seu último “A Vingança de Gaia”, ao qual recomendo.
O fato de prever o pior não significa que Lovelock queira desestimular a humanidade, muito pelo contrário. Ele acredita que por conta disso não há outra saída a não ser se mexer.
Para ilustrar seu pensamento, ele usa de seu maior trunfo, as metáforas, para comparar nosso futuro a um acidente ocorrido há anos atrás, em que um tanque de combustível de um avião explodiu, lambendo a máquina com fogo: “havia tempo para todos os passageiros se salvarem. Mas muitos ficaram parados, paralisados de pânico. Outras saíram, pulando os imóveis. E assim será com o nosso grande desafio: muitos ficarão parados, mas os que reagirem levarão em frente a civilização”.
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