A População boliviana com certeza se ressente dos colonizadores espanhóis. O que se vê, neste país cuja população se divide em uma elite minoritária branca e uma paupérrima maioria indígena, é a mágoa de um povo que nunca pode expressar sua cultura, pois sempre foi cerceada pela elite majoritariamente descendente dos europeus.
Evo Morales foi o primeiro a levantar a bandeira indígena de forma relevante na política boliviana, e sua popularidade deriva desta clara linha divisória do povo. Os espanhóis odeiam, os índios amam.
Não era para menos, a chegada de Evo ao poder acirrou esta disputa. E, agora, pode resultar na declaração de independência de Santa Cruz, a maior cidade boliviana.
Santa Cruz é responsável por 35% do PIB boliviano, e grande parte deste dinheiro vem do gás. A cidade clama ter o direito de usufruir plenamente destes recursos; Evo quer distribuí-los igualmente por todo o país. Mas a elite de Santa Cruz, formada por descendentes de espanhóis, não admite ter de compartilhar, com as próprias palavras do Prefeito da cidade, com "toda a indianada" este capital. Boa coisa, daí não sai.Evo não é estúpido, e não vai permitir que sua maior cidade lance discursos de "liberdade" e "independência" sem que haja retaliação.
Para completar, Santa Cruz é o estado que faz fronteira com o Brasil. O resto da Bolívia não faz fronteira com o mar. Portanto, uma separação transformaria o país de Evo em uma ilha.
Os jornalistas que gostam de sangue podem ir se dirigindo para lá. Como diria Chico, é batata.
Um confronto armado toma forma na Bolívia.
2 comentários:
O pior é que o prefeito preconceituoso parece ter legitimidade para autodeclarar independente.
Evo não deixará que isso aconteça. E diretamente da linha-vermelha da Oca-presidencial ligará para o Kremelin venezuelano. E quem sabe até nossos onipresentes soldados americanos se desloquem da Colômbia para Santa Cruz.
Oca-presidencial? Essa é boa, hehehe.
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